Dr. Lais Marques da Silva, ex-presidente da JUNAAB.
Autoestima. Valorização de si mesmo, amor próprio.
Entre os alcoólicos, é comum observar que, anteriormente ao desenvolvimento da dependência química, eram egocêntricos, apresentavam baixa capacidade de suportar tensões nervosas e que tinham baixa autoestima, embora esses traços não concorram para elevar o risco de se tornarem alcoólicos.
Para sair de um padrão emocional baixo, os alcoólicos dependem de novas e poderosas fontes de autoestima e de esperança, sendo observado que uma abstinência estável esteja ligada a uma mudança profunda de personalidade que ocorre, não por coincidência, com a evolução que se verifica no decurso do crescimento espiritual.
Em A.A. não se estuda o problema do alcoolismo nem se faz diagnóstico. Diagnosticar como alcoólico corresponderia a rotular de um modo que pode causar dano tanto à autoestima quanto à aceitação social.
A autoestima recebe um reforço considerável quando o alcoólico entra em serviço, uma vez que não só percebe que pode fazer alguma coisa pelos outros, mas também porque o serviço tende a reduzir a preocupação mórbida que o alcoólico tem consigo mesmo, além de fortalecer a ligação entre o membro de A.A. e o grupo.
A elevação da autoestima é de enorme importância, pois leva os alcoólicos a mudanças de atitude e a melhores resultados do que os que se conseguem simplesmente fazendo ameaças ou apelando para a racionalidade ao se procurar fazer aconselhamento. É uma mudança de atitude. A recuperação está intimamente associada ao ganho de autoestima.
Outro fato importante ligado ao aumento da autoestima é que, na medida em que ela aumenta, o alcoólico readquire a capacidade de ouvir as mensagens que são passadas nos grupos. Ele se torna permeável, aceita a comunidade formada pelo grupo.
Autoestima é alguma coisa que não se pode pegar, mas ela influi na nossa maneira de sentir e de ser. Não se pode vê-la, mas está lá quando nos vemos no espelho. Não podemos ouvi-la, mas esta lá quando falamos com nós mesmos.
Estima é a palavra que usamos para coisa ou pessoa que avaliamos como sendo de valor. Se se acha que uma pessoa tem valor, isso significa que ela está em elevada estima. Temos estima por um troféu porque ele traduz o valor da conquista. Auto significa de si mesmo e, aí está então a auto-estima significando que nos achamos importantes. É como nos vemos e como sentimos acerca das nossas realizações. É a maneira silenciosa de se achar de valor, de ser amado e aceito pelas pessoas.
A autoestima ajuda a manter a cabeça elevada, a ter orgulho de si mesmo e do que podemos fazer. Dá coragem para tentar novas coisas e poder para acreditar em si mesmo. Dá respeito a si mesmo quando se comete um engano. Quando nos respeitamos, as outras pessoas também o fazem. É também necessária para fazer opções certas acerca de nós mesmos.
Naturalmente, todos nós temos altos e baixos, mas ter baixa autoestima não é bom. Sentir-se sem importância causa tristeza e isso pode inibir as nossas ações, dificultar fazer novas amizades. Ter elevada autoestima é importante para crescer.
É conveniente fazer uma lista das coisas em que somos bons, quaisquer que sejam elas. É preciso que nos cumprimentemos a cada dia por todas as coisas que fazemos bem e de bom e ainda lembrar delas antes de dormir.
É preciso gostar do nosso corpo porque ele é nosso, afinal. Se há algo que pode ser corrigido, é corrigir. Mas é necessário aceitar o que não se pode modificar. Se pensamentos negativos invadem a nossa mente, que se dê um basta neles.
É necessário manter o foco nas boas coisas e nas boas qualidades que temos e, sobretudo, aprender a nos aceitar. É preciso fazer brilhar a nossa auto-estima.
PENSAMENTOS QUE AJUDAM
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